domingo, 16 de maio de 2010

O SEGUNDO TRIMESTRE DA GRAVIDEZ

Courtesy RC Boat Videos.com


No segundo trimestre, ou seja, a partir da 14ª até a 27ª semana de gestação, a grande maioria dos problemas de aceitação da gravidez foi amenizada ou sanada e a mulher e/ou casal e/ou família entram na fase de “curtir o bebê que está por vir”. Começa então a preparação do enxoval.

Nesse período, o organismo ultrapassou a fase de estresse e encontra-se com mais harmonia e equilíbrio. Os questionamentos estão mais voltados para a identificação do sexo (“Menino ou menina?”) e condições de saúde da futura criança (“Meu filho será perfeito?”).

A mulher refere percepção dos movimentos fetais, que já podem ser confirmados no exame obstétrico realizado pelo enfermeiro ou médico.

Com o auxílio do sonar Doppler ou estetoscópio de Pinnard, podese auscultar os batimentos fetais (BCF). Nesse momento, a equipe de enfermagem deve colaborar, garantindo a presença do futuro papai ou acompanhante. A emoção que ambos sentem ao escutar pela primeira vez o coração do bebê é sempre muito grande, pois confirma-se a geração de uma nova vida.

Visando estreitar o vínculo familiar, estimula-se que a mãe converse, cante e/ou conte histórias ao feto, o que pode influenciar suas reações após o nascimento.

A placenta encontra-se formada, os órgãos e tecidos estão diferenciados e o feto começa o amadurecimento de seus sistemas. Reage ativamente aos estímulos externos, como vibrações, luz forte, som e outros.

Tendo em vista as alterações externas no corpo da gestante – aumento das mamas, produção de colostro e aumento do abdome - a mulher pode fazer questionamentos tais como: “Meu corpo vai voltar ao que era antes? Meu companheiro vai perder o interesse sexual por mim? Como posso viver um bom relacionamento sexual? A penetração do pênis machucará a criança?”. Nessas circunstâncias, a equipe deve proporcionar-lhe o apoio devido, orientando-a, esclarecendo-a e, principalmente, ajudando-a a manter a auto-estima.

A partir dessas modificações e alterações anátomo-fisiológicas, a gestante pode ter seu equilíbrio emocional e físico comprometidos, o que lhe gera certo desconforto. Além das sintomatologias mencionadas no primeiro trimestre, podemos ainda encontrar queixas freqüentes no segundo (abaixo listadas) e até mesmo no terceiro trimestre. Assim sendo, o fornecimento das corretas orientações e condutas terapêuticas são de grande importância no sentido de minimizar essas dificuldades.

a) Pirose (azia) - orientar para fazer dieta fracionada, evitando frituras, café, qualquer tipo de chá, refrigerantes, doces, álcool e fumo. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos;

b) Flatulência, constipação intestinal, dor abdominal e cólicas – nos casos de flatulências (gases) e/ou constipação intestinal, orientar dieta rica em fibras, evitando alimentos de alta fermentação, e recomendar aumento da ingestão de líquidos (água, sucos). Adicionalmente, estimular a gestante a fazer caminhadas, movimentar-se e regularizar o hábito intestinal, adequando, para ir ao banheiro, um horário que considere ideal para sua rotina. Agendar consulta com nutricionista; se a gestante apresentar flacidez da parede abdominal, sugerir o uso de cinta (com exceção da elástica); em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos para gases, constipação intestinal e cólicas. Nas situações em que a dor abdominal ou cólica forem persistentes e o abdome gravídico apresentarse endurecido e dolorido, encaminhar para consulta com o enfermeiro ou médico, o mais breve possível;

c) Hemorróidas – orientar a gestante para fazer dieta rica em fibras, visando evitar a constipação intestinal, não usar papel higiênico colorido e/ou muito áspero, pois podem causar irritações, e realizar após defecar, higiene perianal com água e sabão neutro. Agendar consulta médica caso haja dor ou sangramento anal persistente; se necessário, agendar consulta de pré-natal e/ou com o nutricionista;

d) Alteração do padrão respiratório - muito freqüente na gestação, em decorrência do aumento do útero que impede a expansão diafragmática, intensificada por postura inadequada e/ou ansiedade da gestante. Nesses casos, recomendar repouso em decúbito lateral esquerdo ou direito e o uso de travesseiros altos que possibilitem elevação do tórax, melhorando a expansão pulmonar. Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, agendando consulta com o psicólogo, quando necessário. Estar atento para associação com outros sintomas (ansiedade, cianose de extremidades, cianose de mucosas) ou agravamento da dificuldade em respirar, pois, embora não freqüente, pode tratar-se de doença cardíaca ou respiratória; nessa circunstância, agendar consulta médica ou de enfermagem imediata;

e) Desconforto mamário - recomendar o uso constante de sutiã, com boa sustentação; persistindo a dor, encaminhar para consulta médica ou de enfermagem;

f) Lombalgia - recomendar a correção de postura ao sentar-se e ao andar, bem como o uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis. A aplicação de calor local, por compressas ou banhos mornos, é recomendável. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos;

g) Cefaléia - conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores, agendando consulta com o psicólogo, se necessário.

Verificar a pressão arterial, agendando consulta médicaou de enfermagem no sentido de afastar suspeita de hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (principalmente se mais de 24 semanas de gestação);

h) Varizes - recomendar que a gestante não permaneça muito tempo em pé ou sentada e que repouse por 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas elevadas, e não use roupas muito justas e nem ligas nas pernas - se possível, deve utilizar meiacalça elástica especial para gestante;

i) Câimbras – recomendar, à gestante, que realize massagens no músculo contraído e dolorido, mediante aplicação de calor local, e evite excesso de exercícios;

j) Hiperpigmentação da pele - explicar que tal fato é muito comum na gestação mas costuma diminuir ou desaparecer, em tempo variável, após o parto. Pode apresentar como manchas escuras no rosto (cloasma gravídico), mamilos escurecidos ou, ainda, escurecimento da linha alva (linha nigra). Para minimizar o cloasma gravídico, recomenda-se à gestante, quando for expor-se ao sol, o uso de protetor solar e chapéu;

l) Estrias - explicar que são resultado da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de prevenção, sendo comum no abdome, mamas, flancos, região lombar e sacra. As estrias, que no início apresentam cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele;

m) Edemas – explicar que são resultado do peso extra (placenta, líquido amniótico e feto) e da pressão que o útero aumentado exerce sobre os vasos sangüíneos, sendo sua ocorrência bastante comum nos membros inferiores. Podem ser detectados quando, com a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias, se pressiona a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do seu terço médio, na face anterior (região prétibial).

O edema fica evidenciado mediante presença de uma depressão duradoura (cacifo) no local pressionado (Sinal de Godet). Nesses casos, recomendar que a gestante mantenha as pernas elevadas pelo menos 20 minutos por 3 a 4 vezes ao dia, quando possível, e que use meia elástica apropriada.

Ainda que controversas, na tentativa de preveni-las podem ser utilizadas massagens locais, com substâncias oleosas (óleo de amêndoa, hidratante, óleo mineral). Se a gestante apresentar ou referir edema de face ou mãos, encaminhar imediatamente para consulta com enfermeiro ou médico, pois este é um sinal de alerta de doença hipertensiva específica da gestação - DHEG.

Para encerrar esta parte da gravidez, vou falar um pouco a respeito de dois programas muito interessantes e uteis a futuras mamães:

1)Programa BemVindo

Tem como objetivo a melhor atenção ao pré-natal. É um programa de orientação e informação.

O trabalho consiste em encontros e oficinas com as gestantes, onde são abordados temas como parto, o papel da dor neste processo, amamentação, direitos e deveres da gestante, mitos e crendices, volta para casa, pós-parto, rede de apoio, vínculos, entre outros.

2)Programa HCG

O hormônio HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana), popularmente conhecido como “hormônio da gravidez” é produzido pela placenta ao longo da gestação e eliminado naturalmente na urina. No organismo da gestante, o HCG atua como um antiabortivo, assegurando a manutenção da gravidez no inicio do desenvolvimento do embrião.

Com o objetivo primordial de identificar gestantes no início da gravidez e convidá-las a doar urina até a 18ª semana de gestação, o Programa HCG sempre desenvolveu um trabalho pautado pela ética e pelo compromisso de atuar em prol de melhorias nas condições de saúde das mamães e bebês.

GLOSSÁRIO:

Colostro – Consiste numa substância láctea produzida pela glândula mamária, esbranquiçada e mais espessa do que o leite. Contém anticorpos e glóbulos brancos (leucócitos), importantes na proteção imunológica do recém-nascido.

Tampão mucoso - é ao muco produzido pelas glândulas da cérvice uterina que fecha totalmente o colo do útero. Este só perde sua função quando há problemas ou dificuldades funcionais – incompetência istmocervical, e no trabalho de parto, prematuro ou não.

Linha alva – É a linha abdominal que se estende do apêndice xifóide até o púbis; na gravidez esta escurece.

QUER SABER MAIS?

http://www.bemvindo.org.br/

http://www.programahcg.com.br

Um comentário:

  1. Oii Karol, adorei a matéria abolida! Muito bom mesmo!!! Tema interessante, bem desenvolvidos!
    Parabéns!
    Bjuss

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