quinta-feira, 20 de maio de 2010

O TERCEIRO TRIMESTRE DA GRAVIDEZ

Muitas mulheres deixam de amamentar seus filhos precocemente devido a vários fatores (social, econômico, biológico, psicológico), nos quais se destacam estilos de vida (urbano ou rural), tipos de ocupação (horário e distância do trabalho), estrutura de apoio ao aleitamento (creches, tempo de licença-aleitamento) e mitos ou ausência de informação.

Por isso, é importante o preparo dessa futura nutriz ainda no prénatal, que pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo. As orientações devem abranger as vantagens do aleitamento para a mãe (prático, econômico e não exige preparo), relacionadas à involução uterina (retorno e realinhamento das fibras musculares da parede do útero) e ao desenvolvimento da inter-relação afetiva entre mãe-filho. Para o bebê, as vantagens relacionam-se com a composição do leite, que atende a todas as suas necessidades nutricionais nos primeiros 6 meses de vida, é adequada à digestão e propicia a passagem de mecanismos de defesa (anticorpos) da mãe; além disso, o ato de sugar auxilia a formação da arcada dentária, o que facilitará, posteriormente, a fala.

No tocante ao ato de amamentar, a mãe deve receber várias orientações: este deve ocorrer sempre que a criança tiver fome e durante o tempo que quiser (livre demanda). Para sua realização, a mãe deve procurar um local confortável e tranqüilo, posicionar a criança da forma mais cômoda - de forma que lhe permita a abocanhar o mamilo e toda ou parte da aréola, afastando o peito do nariz da criança com o auxílio dos dedos – e oferecer-lhe os dois seios em cada mamada, começando sempre pelo que foi oferecido por último (o que permitirá melhor esvaziamento das mamas e maior produção de leite, bem como o fornecimento de quantidade constante de gordura em todas as mamadas).

Ao retirar o bebê do mamilo, nunca puxá-lo, pois isto pode causar rachadura ou fissura. Como prevenção, deve-se orientar a mãe a introduzir o dedo mínimo na boca do bebê e, quando ele suga-lo, soltar o mamilo.

Em virtude da proximidade do término da gestação, as expectativas estão mais voltadas para os momentos do parto (“Será que vou sentir e/ou agüentar a dor?”) e de ver o bebê (“Será que é perfeito?”).

Geralmente, este é um dos períodos de maior tensão da gestante.

No terceiro trimestre, o útero volumoso e a sobrecarga dos sistemas cardiovascular, respiratório e locomotor desencadeiam alterações orgânicas e desconforto, pois o organismo apresenta menor capacidade de adaptação. Há aumento de estresse, cansaço, e surgem as dificuldades para movimentar-se e dormir.

Freqüentemente, a gestante refere plenitude gástrica e constipação intestinal, decorrentes tanto da diminuição da área gástrica quanto da diminuição da peristalse devido à pressão uterina sobre os intestinos, levando ao aumento da absorção de água no intestino, o que colabora para o surgimento de hemorróidas. É comum observarmos queixas em relação à digestão de alimentos mais pesados. Portanto, é importante orientar dieta fracionada, rica em verduras e legumes, alimentos mais leves e que favoreçam a digestão e evitem constipações. O mais importante é a qualidade dos alimentos, e não sua quantidade.

Observamos que a freqüência urinária aumenta no final da gestação, em virtude do encaixamento da cabeça do feto na cavidade pélvica; em contrapartida, a dificuldade respiratória se ameniza. Entretanto, enquanto tal fenômeno de descida da cabeça não acontece, o desconforto respiratório do final da gravidez pode ser amenizado adotando a posição de semifowler durante o descanso.

Ao final do terceiro trimestre, é comum surgirem mais varizes e edema de membros inferiores, tanto pela compressão do útero sobre as veias ilíacas, dificultando o retorno venoso, quanto por efeitos climáticos, principalmente climas quentes. É importante observar a evolução do edema, pesando a gestante e, procurando evitar complicações vasculares, orientando seu repouso em decúbito lateral esquerdo, conforme as condutas terapêuticas anteriomente mencionadas.

No final desse período o feto diminui seus movimentos pois possui pouco espaço para mexer-se. Assim, a mãe deve ser orientada para tal fenômeno, mas deve supervisionar diariamente os movimentos fetais – o feto deve mexer pelo menos uma vez ao dia. Caso o feto não se movimente durante o período de 24 horas, deve ser orientada a procurar um serviço hospitalar com urgência.

Como saber quando será o trabalho de parto? Quais os sinais de trabalho de parto? O que fazer? Essas são algumas das perguntas que a mulher/casal e família fazem constantemente, quando aproxima-se a data provável do parto.

A gestante e/ou casal devem ser orientados para os sinais de início do trabalho de parto. O preparo abrange um conjunto de cuidados e medidas de promoção à saúde que devem garantir que a mulher vivencie a experiência do parto e nascimento como um processo fisiológico e natural.

A gestante, juntamente com seu acompanhante, deve ser orientada para identificar os sinais que indicam o início do trabalho de parto.

Para tanto, algumas orientações importantes devem ser oferecidas, como:

· a bolsa d’água que envolve o feto ainda intra-útero (bolsa de líquido amniótico) pode ou não romper-se;

· a barriga pode apresentar contrações, ou seja, uma dor tipo cólica que a fará endurecer e que será intermitente, iniciando com intervalos maiores e diminuindo com a evolução do trabalho de parto;

· no final do terceiro trimestre, às vezes uma semana antes do parto, ocorre a saída de um muco branco (parecendo “catarro”), o chamado tampão mucoso, o qual pode ter sinais de sangue no momento do trabalho de parto;

· a respiração deve ser feita de forma tranqüila (inspiração profunda e expiração soprando o ar).

A gestante e seu acompanhante devem ser orientados a procurar um serviço de saúde imediatamente ao perceberem qualquer intercorrência durante o período gestacional, como, por exemplo, perda transvaginal (líquido, sangue, corrimento, outros); presença de dores abdominais, principalmente tipo cólicas, ou dores localizadas; contração do abdome, abdome duro (hipertônico); parada da movimentação fetal; edema acentuado de membros inferiores e superiores (mãos); ganho de peso exagerado; visão turva e presença de fortes dores de cabeça (cefaléia) ou na nuca.

No final do processo gestacional a mulher pode apresentar um quadro denominado “falso trabalho de parto”, caracterizando por atividade uterina aumentada (contrações), permanecendo, entretanto, um padrão descoordenado de contrações.

Algumas vezes, estas contrações são bem perceptíveis. Contudo, cessam em seguida, e a cérvice uterina não apresenta alterações (amolecimento, apagamento e dilatação). Tal situação promove alto grau de ansiedade e expectativa da premência do nascimento, sendo um dos principais motivos que levam as gestantes a procurar o hospital. O Enfermeiro deve orientar a clientela e estar atento para tais acontecimentos, visando evitar uma admissão precoce, intervenções desnecessárias e estresse familiar, ocasionando uma experiência negativa de trabalho de parto, parto e nascimento.

Para amenizar o estresse no momento do parto, devemos orientar a parturiente para que realize exercícios respiratórios, de relaxamento e caminhadas, que diminuirão sua tensão muscular e facilitarão maior oxigenação da musculatura uterina. Tais exercícios proporcionam melhor rendimento no trabalho de parto, pois propiciam uma economia de energia - sendo aconselháveis entre as metrossístoles.

Os exercícios respiratórios consistem em realizar uma inspiração abdominal lenta e profunda, e uma expiração como se a gestante estivesse soprando o vento (apagando a vela), principalmente durante as metrossístoles. Na primeira fase do trabalho de parto, são muito úteis para evitar os espasmos dolorosos da musculatura abdominal.

GLOSSARIO:

Parturiente - Termo aplicado à mulher em trabalho de parto.

Metrossístoles - É a denominação atribuída às contrações uterinas, à dor do trabalho de parto.

Andar anseriano - quando a gestante anda como uma “patinha”

QUER SABER MAIS?

http://www.opas.org.br/sistema/fotos/amamentar.pdf

http://portal2.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/album_seriado_am.pdf

http://www.youtube.com/watch?v=6K2jF7NDMYI

Um comentário:

  1. Guilherme Zimermmann21 de maio de 2010 às 08:09

    Oi guria!!
    Seu blogger está cada vez melhor! Continue assim!!
    Te amo!!

    ResponderExcluir

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Assim que possível responderei. Agradeço. Bjnhos

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