Algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume excedente de leite para a necessidade do seu bebê, o que possibilita que sejam doadoras de um Banco de Leite Humano.
Os Bancos de Leite Humano tem entre seus objetivos a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Neste sentido, desenvolvem trabalho para auxiliar as mulheres-mães no período da amamentação, tendo profissionais qualificados para também orientar sobre a saúde da criança.
De acordo com a legislação que regulamenta o funcionamento dos Bancos de Leite no Brasil (RDC Nº 171) a doadora, além de apresentar excesso de leite, deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente.
Para coletar o leite a mulher deve retirar o leite e colocá-lo em um frasco e encaminhá-lo ao banco de leite.
O.k, porém: “Como preparar o frasco para coletar o leite humano?”
- Escolha um frasco de vidro com tampa plástica, pode ser de café solúvel ou maionese;
- Retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave com água e sabão, enxaguando bem;
- Em seguida coloque em uma panela o vidro e a tampa e cubra com água, deixando ferver por 15 minutos (conte o tempo a partir do início da fervura);
- Escorra a água da panela e coloque o frasco e a tampa para secar de boca para baixo em um pano limpo;
- Deixe escorrer a água do frasco e da tampa. Não enxugue;
- Você poderá usar quando estiver seco.
O leite humano doado, após passar por um rigoroso processo que envolve seleção, classificação e pasteurização, é distribuído com qualidade certificada aos bebês internados em unidades neonatais.
Se você quer doar seu leite entre em contato com um Banco de Leite Humano.
Mas... se você não está amamentando e gostaria de colaborar com o belo trabalho dos bancos de leite materno anote aí: no dia 1º de agosto de 2010 a partir das 8h30 no Horto Florestal na zona norte da cidade de São Paulo ocorrerá a “1ª Caminhada BEMVINDO de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno” que dentre as inúmeras atividades programadas estará promovendo a campanha de coleta de potes de vidros com tampa de plástico para os bancos de leite humano. Para maiores detalhes e a programação completa visite o site da Associação BemVindo :www.bemvindo.org.br.
No segundo trimestre, ou seja, a partir da 14ª até a 27ª semana de gestação, a grande maioria dos problemas de aceitação da gravidez foi amenizada ou sanada e a mulher e/ou casal e/ou família entram na fase de “curtir o bebê que está por vir”. Começa então a preparação do enxoval.
Nesse período, o organismo ultrapassou a fase de estresse e encontra-se com mais harmonia e equilíbrio. Os questionamentos estão mais voltados para a identificação do sexo (“Menino ou menina?”) e condições de saúde da futura criança (“Meu filho será perfeito?”).
A mulher refere percepção dos movimentos fetais, que já podem ser confirmados no exame obstétrico realizado pelo enfermeiro ou médico.
Com o auxílio do sonar Doppler ou estetoscópio de Pinnard, podese auscultar os batimentos fetais (BCF). Nesse momento, a equipe de enfermagem deve colaborar, garantindo a presença do futuro papai ou acompanhante. A emoção que ambos sentem ao escutar pela primeira vez o coração do bebê é sempre muito grande, pois confirma-se a geração de uma nova vida.
Visando estreitar o vínculo familiar, estimula-se que a mãe converse, cante e/ou conte histórias ao feto, o que pode influenciar suas reações após o nascimento.
A placenta encontra-se formada, os órgãos e tecidos estão diferenciados e o feto começa o amadurecimento de seus sistemas. Reage ativamente aos estímulos externos, como vibrações, luz forte, som e outros.
Tendo em vista as alterações externas no corpo da gestante – aumento das mamas, produção de colostro e aumento do abdome - a mulher pode fazer questionamentos tais como: “Meu corpo vai voltar ao que era antes? Meu companheiro vai perder o interesse sexual por mim? Como posso viver um bom relacionamento sexual? A penetração do pênis machucará a criança?”. Nessas circunstâncias, a equipe deve proporcionar-lhe o apoio devido, orientando-a, esclarecendo-a e, principalmente, ajudando-a a manter a auto-estima.
A partir dessas modificações e alterações anátomo-fisiológicas, a gestante pode ter seu equilíbrio emocional e físico comprometidos, o que lhe gera certo desconforto. Além das sintomatologias mencionadas no primeiro trimestre, podemos ainda encontrar queixas freqüentes no segundo (abaixo listadas) e até mesmo no terceiro trimestre. Assim sendo, o fornecimento das corretas orientações e condutas terapêuticas são de grande importância no sentido de minimizar essas dificuldades.
a) Pirose (azia) - orientar para fazer dieta fracionada, evitando frituras, café, qualquer tipo de chá, refrigerantes, doces, álcool e fumo. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos;
b) Flatulência, constipação intestinal, dor abdominal e cólicas – nos casos de flatulências (gases) e/ou constipação intestinal, orientar dieta rica em fibras, evitando alimentos de alta fermentação, e recomendar aumento da ingestão de líquidos (água, sucos). Adicionalmente, estimular a gestante a fazer caminhadas, movimentar-se e regularizar o hábito intestinal, adequando, para ir ao banheiro, um horário que considere ideal para sua rotina. Agendar consulta com nutricionista; se a gestante apresentar flacidez da parede abdominal, sugerir o uso de cinta (com exceção da elástica); em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos para gases, constipação intestinal e cólicas. Nas situações em que a dor abdominal ou cólica forem persistentes e o abdome gravídico apresentarseendurecido e dolorido, encaminhar para consulta com o enfermeiro ou médico, o mais breve possível;
c) Hemorróidas – orientar a gestante para fazer dieta rica em fibras, visando evitar a constipação intestinal, não usar papel higiênico colorido e/ou muito áspero, pois podem causar irritações, e realizar após defecar, higiene perianal com água e sabão neutro. Agendar consulta médica caso haja dor ou sangramento anal persistente; se necessário, agendar consulta de pré-natal e/ou com o nutricionista;
d) Alteração do padrão respiratório - muito freqüente na gestação, em decorrência do aumento do útero que impede a expansão diafragmática, intensificada por postura inadequada e/ou ansiedade da gestante. Nesses casos, recomendar repouso em decúbito lateral esquerdo ou direito e o uso de travesseiros altos que possibilitem elevação do tórax, melhorando a expansão pulmonar. Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, agendando consulta com o psicólogo, quando necessário. Estar atento para associação com outros sintomas (ansiedade, cianose de extremidades, cianose de mucosas) ou agravamento da dificuldade em respirar, pois, embora não freqüente, pode tratar-se de doença cardíaca ou respiratória; nessa circunstância, agendar consulta médica ou de enfermagem imediata;
e) Desconforto mamário - recomendar o uso constante de sutiã, com boa sustentação; persistindo a dor, encaminhar para consulta médica ou de enfermagem;
f) Lombalgia - recomendar a correção de postura ao sentar-se e ao andar, bem como o uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis. A aplicação de calor local, por compressas ou banhos mornos, é recomendável. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos;
g) Cefaléia - conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores, agendando consulta com o psicólogo, se necessário.
Verificar a pressão arterial, agendando consulta médicaou de enfermagem no sentido de afastar suspeita de hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (principalmente se mais de 24 semanas de gestação);
h) Varizes - recomendar que a gestante não permaneça muito tempo em pé ou sentada e que repouse por 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas elevadas, e não use roupas muito justas e nem ligas nas pernas - se possível, deve utilizar meiacalça elástica especial para gestante;
i) Câimbras – recomendar, à gestante, que realize massagens no músculo contraído e dolorido, mediante aplicação de calor local, e evite excesso de exercícios;
j) Hiperpigmentação da pele - explicar que tal fato é muito comum na gestação mas costuma diminuir ou desaparecer, em tempo variável, após o parto. Pode apresentar como manchas escuras no rosto (cloasma gravídico), mamilos escurecidos ou, ainda, escurecimento da linha alva (linha nigra). Para minimizar o cloasma gravídico, recomenda-se à gestante, quando for expor-se ao sol, o uso de protetor solar e chapéu;
l) Estrias - explicar que são resultado da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de prevenção, sendo comum no abdome, mamas, flancos, região lombar e sacra. As estrias, que no início apresentam cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele;
m) Edemas – explicar que são resultado do peso extra (placenta, líquido amniótico e feto) e da pressão que o útero aumentado exerce sobre os vasos sangüíneos, sendo sua ocorrência bastante comum nos membros inferiores. Podem ser detectados quando, com a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias, se pressiona a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do seu terço médio, na face anterior (região prétibial).
O edema fica evidenciado mediante presença de uma depressão duradoura (cacifo) no local pressionado (Sinal de Godet). Nesses casos, recomendar que a gestante mantenha as pernas elevadas pelo menos 20 minutos por 3 a 4 vezes ao dia, quando possível, e que use meia elástica apropriada.
Ainda que controversas, na tentativa de preveni-las podem ser utilizadas massagens locais, com substâncias oleosas (óleo de amêndoa, hidratante, óleo mineral). Se a gestante apresentar ou referir edema de face ou mãos, encaminhar imediatamente para consulta com enfermeiro ou médico, pois este é um sinal de alerta de doença hipertensiva específica da gestação - DHEG.
Para encerrar esta parte da gravidez, vou falar um pouco a respeito de dois programas muito interessantes e uteis a futuras mamães:
1)Programa BemVindo
Tem como objetivo a melhor atenção ao pré-natal. É um programa de orientação e informação.
O trabalho consiste em encontros e oficinas com as gestantes, onde são abordados temas como parto, o papel da dor neste processo, amamentação, direitos e deveres da gestante, mitos e crendices, volta para casa, pós-parto, rede de apoio, vínculos, entre outros.
2)Programa HCG
O hormônio HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana), popularmente conhecido como “hormônio da gravidez” é produzido pela placenta ao longo da gestação e eliminado naturalmente na urina. No organismo da gestante, o HCG atua como um antiabortivo, assegurando a manutenção da gravidez no inicio do desenvolvimento do embrião.
Com o objetivo primordial de identificar gestantes no início da gravidez e convidá-las a doar urina até a 18ª semana de gestação, o Programa HCG sempre desenvolveu um trabalho pautado pela ética e pelo compromisso de atuar em prol de melhorias nas condições de saúde das mamães e bebês.
GLOSSÁRIO:
Colostro – Consiste numa substância láctea produzida pela glândula mamária, esbranquiçada e mais espessa do que o leite. Contém anticorpos e glóbulos brancos (leucócitos), importantes na proteção imunológica do recém-nascido.
Tampão mucoso - é ao muco produzido pelas glândulas da cérvice uterina que fecha totalmente o colo do útero. Este só perde sua função quando há problemas ou dificuldades funcionais – incompetência istmocervical, e no trabalho de parto, prematuro ou não.
Linha alva – É a linha abdominal que se estende do apêndice xifóide até o púbis; na gravidez esta escurece.
Enfermeira pela Universidade Nove de Julho.
Especialista em Saúde Comunitária e da Família pela UNINOVE.Cursando Especialização em Enfermagem em Saúde Materna e Fetal - UNIFESP e Docência em Enfermagem -UNINOVE.
Curriculo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1720694621784056