domingo, 17 de outubro de 2010

Buááááááááááááááá´!!!!!!!!!!!


É fim de tarde e o bebê chora sem parar. E, como em todos os dias, no mesmo horário, você já checou a fralda, amamentou, agasalhou ou tirou o excesso de roupa. De nada adiantou. O choro continua intenso, mas de repente pára. Você respira aliviado, “Ufa!”. E quando menos espera, começa tudo de novo!!!! Cada vez mais estridente!!! E você? Pega no colo, acarinha, canta, balança. Faz um enorme esforço para manter o controle, de alguma maneira..neh? (Assustador não??? Melhor que esses filminhos de terror por ai...rs rs... ^^)

Quem já passou por esta situação sabe que estamos falando de uma cena típica de um recém-nascido sofrendo com as famosas e temidas cólicas. Esses são os sinais mais comuns da dor abdominal que atinge 75% dos bebês nos primeiros três meses de vida, geralmente no início da tarde ou durante a noite. Sempre no mesmo horário.

Elas são verdadeiras provas de fogo, uma espécie de curso intensivo para o coração de qualquer um, principalmente aos pais de primeira viagem... Eles nem tiveram tempo de conhecer o seu bebê e elas resolvem entrar – com toda a força – na rotina da casa.

Por isso tenha em mente a palavra “paciência”. Encare essa fase como um treino que vai prepará-lo para ter uma relação tranqüila com seu filho no futuro. Diante de tudo isso, uma observação importante: as cólicas não estão associadas a nenhuma doença, são um mero problema fisiológico, comum em recém-nascidos.

Vale resaltar, antes de continuar este post, que o choro do bebê é a maneira dele se comunicar com vocês e com o mundo! Ele pode chorar por fome, sono, frio, calor, incômodos (como barulho, fralda molhada ou apertada...), desejo de carinho..., então, prestem atenção e comecem a perceber os diferentes choros do bebê!

Cólica ou não? Eis a questão!!!

Relembrando...o bebê não nasce totalmente pronto, o sistema digestivo de um recém-nascido ainda é imaturo, até por falta de experiência. Quando está no útero materno, ele se “alimenta” pelo cordão umbilical e não tem que digerir os alimentos. É como se recebesse tudo mastigadinho pela mãe.

Eis que, de repente, acaba a folga!! O bebê passa a se alimentar do leite materno. E aí surgem diversos aprendizados que ele precisa adquirir com rapidez: mamar corretamente, arrotar, liberar os gases, fazer urina e fezes.

Entretanto, nem todas essas novas funções, no entanto, são executadas perfeitamente no início. A cada mamada, ocorrem movimentos descoordenados de contração e relaxamento nos intestinos, que provocam dor. O mau funcionamento da engrenagem também leva aos gases, à prisão de ventre e conseqüentemente às temidas cólicas. Junte a tudo outra imaturidade: a do sistema nervoso central – ainda com dificuldades de comandar os órgãos do corpo, até mesmo os intestinos. E tem-se um bebê em pânico. A falta de experiência é tamanha que o cérebro não consegue enviar os sinais necessários para avisar que a dor já passou. Muitas vezes, o chororô continua apenas por essa falta de comunicação.

Os sinais mais comuns de cólicas são: o bebê chora sem parar; ele se contorce e flexiona as perninhas em direção ao abdome; a barriga fica endurecida; a criança solta gases; o rosto fica avermelhado; as mãos ficam com os punhos fechados e a expressão do rosto é de sofrimento

A cólica é um diagnóstico de exclusão após descartar as causas orgânicas mais comuns de choro. Geralmente definida pela regra de três: choro por mais de três horas por dia, por mais três dias por semana e por mais de três semanas em um lactente bem alimentado e saudável em outros aspectos.

Justamente por ocorrem em geral na segunda semana após o nascimento e o ápice das crises ocorrerem no segundo mês, quando os pais acabaram de voltar da maternidade, sem o aparato das enfermeiras do berçário e dos pediatras, surge o desespero materno e paterno, e por que não?, de avós, tios e de todo o resto da família...

Essa temática é cheia de controvérsias na literatura médica. Atualmente, o mais indicado é que toda nutriz (mulher que está amamentando) tenha uma alimentação variada e o mais "saudável" possível, evitando "excessos" e sempre observando as reações no organismo do bebê. O que ajuda muito é manter a calma, já que não se trata de uma doença (é uma adapatação do bebê ao ambiente extrauterino) e não traz consequências danosas para o bebê. A cólica vem e passa, não costumando ultrapassar os 3 a 4 meses de idade.

Em apenas 5% dos casos, os sintomas apresentados pelo recém-nascido escondem alguma doença. Quando o choro da criança é motivado por outra dor, a causa pode ser variada. Quem cuida do bebê deve observar as seguintes reações: o choro tem hora marcada? Pára quando está no colo? Há melhora quando ele é colocado de bruços ou quando a barriguinha é aquecida? Massagem resolve? Se as respostas forem não, é indicado procurar o profissional de saúde de sua confiança. Somente ele poderá avaliar o quadro e dar um diagnóstico correto. Veja algumas possibilidades que os pediatras destacam:

Refluxo gastroesofágico – o leite materno chega até o estômago e volta para a boca antes de completar a digestão. Essa movimentação anormal causa dor.

Infecção do trato urinário – qualquer anormalidade nessa região provoca bastante dor.

Hérnia – problema mais comum nos meninos.

“Calma! São só três meses!”

Com a maior tranqüilidade do mundo (que nesse momento parece absurda), a enfermeira pediatra ou o pediatra diz: “Depois do terceiro mês, passa”. Mas, de um modo geral, os pais ficam na dúvida: “O.k. Como eu sobrevivo até lá?”

As cólicas intestinais têm hora para começar e terminar. O problema é que o sentimento dos pais influencia – e muito – a vida do bebê. Se eles ficarem nervosos e inseguros, passam esses sentimentos ao bebê que, por sua vez, fica ainda mais aflito. Dependendo do comportamento dos pais as cólicas podem piorar, sim!!

Os profissionais da área pediátrica são unânimes: o comportamento da criança é um reflexo do meio em que vive. Alguns constatam que a cólica é um mal que acomete, majoritariamente, os primeiros filhos. A inexperiência dos pais seria um dos motivos mais fortes para a incidência do problema.

Vozes suaves, ambiente calmo e segurança podem não livrar o bebê das temidas cólicas, mas o ajudarão a superá-las com maior tranqüilidade.

Parece pedir muito? Talvez seja mesmo. Mas ter um filho é um exercício diário de paciência. Você precisa aprender a lidar com as emoções para protegê-lo. E lembre-se: vai passar.

Mas...para ajudar os pais desesperados pelo terrível “Buááááááá!” vão aí umas dicas de sobrevivência:

· Cerca de meia hora antes do início da choradeira diária, tente relaxar e tomar um banho morno.

· Acenda uma luz bem suave e pense que essa fase é transitória e que não é só o seu filho que sofre com as cólicas.

· Escolha uma música tranqüila para ouvir e relaxar.

· Aos primeiros sinais do choro, tente manter a calma.

· Passe serenidade e segurança para o seu filho com muito carinho.

Mitos e verdades a respeito das cólicas do bebê...

Como tudo que cerca o universo infanto-juvenil, as cólicas também são cheias de mitos! Segue uma relação dos principais mitos e verdades sobre o tema, divirtam-se!!

Parte 1 - Os mitos...

1 ) Mudar do leite materno para o leite em pó acaba com as cólicas?

Ao contrário. O leite materno é a melhor opção para o bebê e o que causa menos cólicas.

2) Álcool, cafeína e cigarro não provocam cólicas?

Eles fazem tão mal ao bebê quanto aos adultos. Como são excitantes, podem levar a uma irritação maior, e mais choro. A qualidade da alimentação materna deve visar a sua saúde e o seu bem estar, sendo, o leite materno, conseqüência. É claro que os exageros devem ser evitados, bem como as bebidas alcoólicas e o tabagismo. Em geral, não se recomenda que a mãe evite determinados alimentos, mas se a mãe nota que sempre que come determinado alimento o bebê fica mais incomodado, seria interessante evitá-lo ou substituí-lo, se possível...

3) Chá de erva-doce ajuda a melhorar a dor?

Fuja dele!!!! Os bebês até param de chorar, pois o sabor doce os distrai. O chá (seja qual for) é água adocicada, com sabor! Com quase zero calorias, sem proteínas, sem lipídeos, sem anticorpos,... e que ocupam espaço no estômago do nenê, que mamará menos por isso! Dessa maneira, não se deve dar chás para os bebês que estão em aleitamento materno, nem para os que estão com outros leites. Além disso, não é verdade que passam as cólicas !!! Podem é causar mais, uma vez que o organismo do bebê não está preparado para receber esta água com açúcar e erva. Além do que, se o chá estiver contaminado com impurezas, há um risco de infecção.

4) Somente o primeiro filho tem cólica?

Muitos pais ficam com essa impressão porque têm mais experiência no segundo filho, passando pela fase das cólicas com menos estresse e ansiedade.

5) Dar voltas de carro ajuda a passar a cólica?

Outra técnica adotada por pais desesperados. Geralmente o balanço do carro faz o bebê dormir. Mas é só o automóvel parar e volta tudo.

6) Torcer a roupa do bebê dá cólica?

Essa é do tempo da minha vó!! Elas acreditavam que, ao torcer a roupinha, a barriga da criança sofria o mesmo impacto, o que ocasionava as cólicas. Sem fundamento.

Parte 2 - As verdades...

1) Enrolar o bebê em um cueiro alivia as cólicas?

Esse conselho da vovó está de volta. Pesquisas recentes apontam que quando você enrola o recém-nascido em um cueiro ou uma manta, ele sente-se aconchegado, protegido. É como um retorno os útero materno.

2) Quando o pai coloca a mão na barriga do bebê, ele acalma?

Não fiquem com ciúmes, mamães de plantão! Quem diz isso são alguns pediatras: a mão do papai funciona porque esquenta uma região maior. Alem disso, eles não têm medo de segurar as crianças em posições menos convencionas.

3) O recém-nascido deve fazer cocô pelo menos uma vez por dia?

Verdade. O bom funcionamento intestinal é o primeiro passo para que o bebê não sofra com cólicas. Mais seu filho pode passar alguns dias sem evacuar, e isso não significa que ele tenha qualquer problema. Na dúvida, fale com o pediatra.

4) Massagear a barriga do bebê melhora as cólicas?

Além de ser um contato delicioso com seu filho, o toque das mãos pode diminuir as dores.

5) Criança que mama deitada tem cólicas?

Se a posição do bebê na hora de mamar não estiver correta, ele engole ar, o que provoca cólicas. O recém-nascido deve ser amamentado de maneira que a cabeça fique mais elevada que o corpo.

6) É bom fazer o bebê arrotar?

Essa ação facilita a eliminação de gases. Após mamar e arrotar é melhor que o bebê seja deitado de lado, para se evitar que, em caso de regurgitamento, ele se afogue.



Agradeço ao Deiber por sugerir este post, aguardo mais sugestões de vcs!! Espero que tenham gostado, bjnhos e até a próxima!!

2 comentários:

  1. Karol,
    Minha esposa e eu é que temos de agradecer a você por este post e por toda sua dedicação. Como marinheiros de primeira viagem, rs, sabemos quase nada e seus escritos têm ampliado nossos horizontes e nos ajudado a discernir melhor sobre o cuidado com nossa filha Maria Isabel. Graças a Deus, ela é cercada de carinho por todos os lados e todo mundo acaba dando seus palpites e coisa e tal. Daí, a grande importância de uma opinião isenta e científica, como a que vem de seu blog.
    Caríssima, muitíssimo obrigado, um bjo no coração e continue escrevendo pq seu blog tá bombando...

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  2. Karol,
    Gostaria de saber um pouco mais ainda sobre Refluxo Gastroesofágico, causas, tratamento, etc... Um abraço!

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Assim que possível responderei. Agradeço. Bjnhos

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